Mulher esgana namorada até a morte e diz que “tentou tirar espíritos”
Uma mulher de 43 anos foi presa em flagrante na tarde dessa terça-feira (21/10) após matar a companheira esganada dentro da casa onde moravam, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. A vítima foi identificada como Solene Aparecida Ferreira Correa, de 46 anos.
De acordo com a Polícia Militar, vizinhos ouviram uma discussão intensa e acionaram o 190, informando que uma mulher estaria ferida. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a suspeita, Laura Rosa Gonçalves, em frente à residência, afirmando que queria se entregar porque havia matado a namorada.
Dentro do imóvel, Solene foi encontrada sem vida, caída ao chão e com sinais de violência. A perícia foi acionada e recolheu objetos na cena do crime, incluindo uma faca e dois celulares.
Durante o interrogatório, Laura contou que mantinha um relacionamento de cerca de dois anos com a vítima e que o crime ocorreu após uma briga motivada por ciúmes e questões financeiras. Ela afirmou que Solene teria tentado atacá-la com uma faca, ferindo sua mão, e que, em seguida, a imobilizou e a esganou até a morte.
A suspeita alegou ainda que acreditava que a companheira estava “incorporada por espíritos” durante a briga e que continuou o estrangulamento “para retirá-los”.
As investigações revelaram que Solene possuía medidas protetivas contra Laura, que usava tornozeleira eletrônica em razão de agressões anteriores. Em um dos episódios passados, a suspeita chegou a fraturar o braço da vítima.
Mesmo após as denúncias, Solene teria reatado o relacionamento com Laura há cerca de dois meses.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Três Lagoas confirmou que a prisão em flagrante foi ratificada como feminicídio, e a delegada responsável solicitou a conversão para prisão preventiva.
“O crime ocorreu em contexto de violência doméstica e, diante da gravidade dos fatos, a prisão preventiva é necessária para garantir a ordem pública”, afirmou a delegada.
O corpo de Solene foi encaminhado ao Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL). A Polícia Civil segue investigando o caso para reunir mais detalhes sobre as circunstâncias do crime.
