Primeiro caso de mosca-da-bicheira em humanos é confirmado nos EUA

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos confirmou, neste domingo (25), o primeiro caso humano de bicheira-do-Novo-Mundo no país. A infecção foi identificada em um paciente que havia retornado recentemente de uma viagem a El Salvador, segundo comunicado enviado à agência Reuters pelo porta-voz do órgão, Andrew G. Nixon.
A investigação foi conduzida em conjunto pelo Departamento de Saúde de Maryland e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O caso foi confirmado oficialmente em 4 de agosto. A bicheira é causada pelas larvas de moscas parasitas, que depositam ovos em feridas abertas de animais ou humanos. Após a eclosão, as larvas se alimentam da carne viva, podendo levar à morte do hospedeiro caso não haja tratamento.
Divergências sobre a origem da infecção
Embora o governo dos EUA tenha informado que o paciente retornou de El Salvador, fontes ligadas ao setor de carne bovina disseram à Reuters que a viagem teria sido da Guatemala para os Estados Unidos. A discrepância não foi esclarecida pelas autoridades.
Nixon afirmou que o risco para a saúde pública no país é muito baixo e ressaltou que, até o momento, nenhum caso em animais foi registrado neste ano.
Impacto para a pecuária
A confirmação do caso preocupa pecuaristas e comerciantes de gado, que já estavam em alerta devido ao avanço da mosca-da-bicheira a partir da América Central e do sul do México. Um eventual surto poderia trazer graves prejuízos à economia.
Segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), um surto da praga poderia custar até US$ 1,8 bilhão apenas ao Texas — maior estado produtor de gado do país — devido a mortes de animais, gastos trabalhistas e custos com medicamentos.
Na semana passada, a secretária do USDA, Brooke Rollins, esteve no Texas para anunciar a construção de uma instalação voltada à produção de moscas estéreis, estratégia considerada fundamental para conter a disseminação do parasita.