Homem morre após ficar 11 horas em escombros de torre que desabou em Roma

Novembro 4, 2025 - 16:02
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Homem morre após ficar 11 horas em escombros de torre que desabou em Roma
Reprodução

Um trabalhador romeno morreu após ficar preso por 11 horas sob os escombros da Torre dei Conti, uma estrutura medieval parcialmente desabada próxima ao Coliseu, no centro de Roma, na Itália. O incidente ocorreu na segunda-feira (3), e a morte foi confirmada na manhã desta terça-feira (4) pelas autoridades italianas e romenas.

A vítima, identificada como Octav Stroici, de 66 anos, realizava trabalhos de restauração na torre quando parte da estrutura desabou. Um segundo colapso aconteceu cerca de 90 minutos depois, conforme mostram vídeos que circularam nas redes sociais e imagens da Reuters.

Equipes do corpo de bombeiros utilizaram escadas e ferramentas de resgate para tentar alcançar Stroici, que permaneceu preso sob os escombros até o fim da noite. Ele foi retirado com vida, mas chegou ao hospital em parada cardiorrespiratória, não resistindo às lesões.

O Ministério das Relações Exteriores da Romênia confirmou o óbito em comunicado na rede social X:

“Apesar dos esforços contínuos das equipes médicas em Roma, Octav Stroici, que ficou preso sob os escombros de um prédio histórico em obras de restauração, infelizmente faleceu.”

Um segundo trabalhador, também romeno, foi resgatado rapidamente e levado ao hospital com ferimentos graves na cabeça, porém sem risco de morte. Outros dois operários sofreram ferimentos leves e recusaram atendimento hospitalar.

Investigações e causas

A Procuradoria de Roma abriu um inquérito para apurar as causas do desabamento e investiga os crimes de homicídio culposo, desastre por negligência e lesão corporal grave.

Verificações preliminares indicaram que a estrutura havia sido considerada segura para intervenção, segundo comunicado da Superintendência do Patrimônio Cultural de Roma. O edifício, embora ainda de pé, apresenta danos internos significativos.

Torre medieval em restauração

A Torre dei Conti, construída no século XIII por ordem do papa Inocêncio III para sua família, já teve o dobro da altura atual. Parte da estrutura foi destruída por terremotos nos séculos XIV e XVII.

Nos últimos anos, o prédio — desativado desde 2006, após servir como sede de escritórios da prefeitura — estava passando por restauração financiada pela União Europeia, orçada em quase 7 milhões de euros (cerca de R$ 47 milhões). O projeto previa transformar o local em um museu e centro de conferências até o próximo ano.

Devido às obras, a área ao redor da torre, situada na Via dei Fori Imperiali, uma das avenidas mais icônicas de Roma, foi interditada para pedestres.

Deterioração e risco estrutural

Segundo a prefeitura de Roma, o edifício se encontrava em estado avançado de deterioração antes das obras. Documentos oficiais relatam tetos falsos desabando, portas e janelas apodrecidas e infiltrações de água no último andar.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou condolências à família da vítima e pediu uma investigação rigorosa para determinar eventuais falhas de segurança no canteiro de obras.

O caso reacende o debate sobre as condições de conservação de monumentos históricos italianos e os riscos enfrentados por trabalhadores envolvidos em obras de restauração de patrimônios antigos.