Mulher liga para PM e pede dipirona para denunciar agressão; OUÇA

agosto 8, 2025 - 12:14
agosto 8, 2025 - 12:15
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Mulher liga para PM e pede dipirona para denunciar agressão; OUÇA

Uma mulher conseguiu escapar de uma situação de violência doméstica após fazer um pedido codificado por socorro ao ligar para o 190, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O caso, que aconteceu nos últimos dias e foi divulgado nesta terça-feira (5) pela Polícia Militar, teve grande repercussão após a divulgação da gravação da ligação — com a voz da vítima modificada para preservar sua identidade.

Na chamada ao COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar), a mulher pediu discretamente por uma “dipirona”, medicamento analgésico, em uma tentativa de camuflar o pedido de ajuda enquanto estava ao lado do agressor.

Apesar da frase parecer inofensiva — “Alô… eu preciso de uma dipirona” —, os atendentes, treinados para identificar sinais de violência disfarçada, rapidamente perceberam que se tratava de uma denúncia silenciosa.

Durante a ligação, o policial fez perguntas com linguagem codificada para entender a gravidade da situação:

— “A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?”, questionou o agente.
— “Sim, é a dipirona, sim”, respondeu a mulher.
— “Agora fala a intensidade da agressividade aí, a senhora miligramas: 10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas. Qual é a intensidade da agressividade dele?”
— “30”, respondeu a vítima, em tom desesperado.

A resposta foi o suficiente para que uma viatura fosse enviada imediatamente ao local. O agressor foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), onde foram tomadas as medidas legais.

Resposta rápida salvou a vítima

Dias depois do episódio, a mulher entrou em contato com a corporação para agradecer o atendimento e o acolhimento prestados pelos policiais. “O socorro chegou a tempo”, informou a PMMS em publicação nas redes sociais.

Em nota à CNN, a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul destacou que os atendentes do 190 são policiais experientes, com histórico de atuação direta com casos de violência doméstica. Além disso, eles recebem treinamentos específicos, como análise de casos reais, técnicas de escuta ativa e protocolos de emergência, o que permite identificar com maior precisão situações de risco e agir com sensibilidade.

O uso de códigos em casos de violência

Este tipo de abordagem, utilizando palavras comuns como códigos de emergência, tem se tornado uma estratégia importante em situações onde a vítima não pode se expressar livremente. Termos como "dipirona", "pedido de pizza" ou “preciso de uma receita” já foram usados em diversas situações semelhantes para alertar as autoridades sem levantar suspeitas do agressor.

A história serve como alerta e inspiração para vítimas e familiares: mesmo diante do medo, existem formas seguras de buscar ajuda — e o preparo das forças de segurança pode fazer toda a diferença.

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