Golpe do “Falso Pagamento” com Pix cresce no fim do ano e acende alerta

Com a proximidade das festas de fim de ano, o aumento nas compras em lojas físicas e virtuais também traz um risco maior de golpes financeiros. Um dos mais recorrentes neste período é o chamado golpe do “Falso Pagamento”, que utiliza o Pix para enganar consumidores e comerciantes. Diante da situação, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) reforça orientações para evitar prejuízos e explica como os criminosos agem.

De acordo com o delegado Filipe Lago, do 4º Distrito Integrado de Polícia (DIP), o golpe pode atingir diferentes perfis de vítimas, desde pessoas que realizam vendas esporádicas em plataformas digitais até lojistas experientes. Em geral, os criminosos enviam comprovantes falsos de pagamento ou de agendamento de Pix, levando a vítima a acreditar que o valor já foi transferido.

“Esse golpe pode ocorrer contra pessoas que estão em suas casas e não têm o hábito de trabalhar com vendas, bem como contra lojistas, que acabam sendo enganados por meio do envio de comprovantes falsos ou de comprovantes de agendamento de Pix”, explica o delegado. Em algumas situações, os estelionatários ainda encaminham e-mails falsos, simulando mensagens de instituições bancárias, informando que o pagamento foi realizado, o que não corresponde à realidade.

Caso registrado em Manaus

No dia 3 de novembro deste ano, policiais do 4º DIP recuperaram um computador avaliado em R$ 4 mil que havia sido anunciado em uma plataforma de vendas. Segundo o delegado, o golpista se passou por um agente de segurança pública para ganhar a confiança da vítima, negociou o produto e enviou um comprovante de pagamento falso.

Sem confirmar se o valor havia sido creditado em conta, a vítima entregou o computador a um motorista de aplicativo, contratado pelo criminoso para buscar o objeto. O aparelho seria enviado para São Paulo. Após o registro do Boletim de Ocorrência (BO), a polícia iniciou as diligências e localizou o motorista na zona leste de Manaus, que já havia repassado o computador a outra pessoa, também contratada pelo suposto comprador.

“As investigações apontaram que os três envolvidos não se conheciam. O motorista e a pessoa que recebeu o produto em Manaus eram apenas intermediários, contratados por meio das redes sociais. O golpista utilizava uma foto falsa para enganar as vítimas”, afirmou Filipe Lago.

Os intermediários foram ouvidos, colaboraram com a investigação e o computador foi recuperado e devolvido ao proprietário. As investigações continuam para identificar e responsabilizar o autor do golpe.

Orientações para evitar o golpe

A Polícia Civil do Amazonas destaca que a principal forma de prevenção é não confiar apenas em comprovantes enviados por compradores. A recomendação é sempre acessar diretamente a conta bancária e confirmar se o valor foi efetivamente creditado.

“Desconfie de compradores que demonstram muita pressa para receber o produto e que enviam motoristas de aplicativo rapidamente para buscá-lo. Antes de entregar qualquer item, verifique sua conta bancária, seja pessoa física ou jurídica, e confirme se o pagamento foi realmente efetuado”, orienta o delegado.