Ex-funcionário quebra parede de obra na UFT em protesto por salários atrasados

agosto 8, 2025 - 12:02
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Ex-funcionário quebra parede de obra na UFT em protesto por salários atrasados
Reprodução/Redes Sociais

Um episódio inusitado e carregado de tensão chamou atenção no campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Gurupi, nesta quinta-feira (31), quando um ex-funcionário da obra da Clínica Veterinária foi flagrado quebrando parte da construção com uma marreta, em protesto contra falta de pagamento.

O homem que aparece nas imagens é Fernando Rodrigues, que afirmou ter sido demitido sem receber os valores devidos pela empresa responsável pela obra, a Vasconcelos Engenharia LTDA. O vídeo da ação, gravado por câmeras e divulgado pelo jornalista Clifton Morais, mostra o momento em que ele, revoltado, destrói uma parede recém-erguida.

Estou com minhas contas todas atrasadas: pensão, aluguel, mercado, tudo. Mandaram a gente embora no dia do pagamento, que nunca saiu”, desabafou Fernando.

Segundo ele, a dívida inclui R$ 4.575 referentes à primeira medição de serviços e R$ 12.857 da última medição, que seriam pagos conforme o avanço da obra. Fernando afirma que chegou a contratar outros trabalhadores, a pedido da empresa, para concluir a construção, mas todos foram dispensados no dia em que deveriam receber os valores acordados.

Fiquei sem dinheiro, sem nada. Minha água e energia foram cortadas. Estou comendo na casa da minha noiva porque tive que vender minhas coisas pra sobreviver”, contou.

PM foi acionada e registrou ocorrência

A Polícia Militar foi chamada por outros trabalhadores da obra e retirou o ex-funcionário do local. A marreta utilizada por ele não foi encontrada e foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por danos ao patrimônio. Fernando assinou um termo de compromisso e deve responder judicialmente pelo ato.

UFT se posiciona

Em nota oficial, a Universidade Federal do Tocantins informou que a obra foi licitada no fim de 2024, tendo a empresa Vasconcelos Engenharia como responsável pela execução dos serviços e pela gestão dos funcionários. A UFT destacou que não possui vínculo direto com os trabalhadores contratados pela empresa.

A Universidade não tem nenhuma pendência de pagamento com a empresa contratada e, tão logo tomou ciência do fato, cobrou providências imediatas para garantir a segurança e continuidade da obra”, informou a instituição.

Mudança de empresas na condução da obra

Fernando relatou que iniciou os trabalhos na obra em maio de 2025, contratado por outra empresa. Posteriormente, a Vasconcelos Engenharia assumiu o projeto e, segundo ele, propôs que esquecesse o contrato anterior e continuasse como mestre de obras, recebendo por medição e contratando equipe. Ele afirma que foi enganado, e que os serviços prestados não foram pagos.

A UFT, no entanto, informou que o contrato vigente é com a Vasconcelos e que não tem conhecimento sobre a atuação de outras empresas como intermediárias.

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