Justiça mantém prisão preventiva de PM suspeito de matar a esposa

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão do sargento da Polícia Militar Renato Cesar Guimarães Pina, de 42 anos, suspeito de matar a própria esposa, Shayene Araújo Alves dos Santos, de 27 anos, em Maricá, na Região dos Lagos.
Durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (17), na Vara Criminal de Maricá, o juiz Rafael de Almeida Rezende converteu a prisão em flagrante em preventiva. O policial, preso desde terça-feira (16), será transferido para o Batalhão Prisional da PM, onde aguardará o andamento do processo.
Relembre o caso
Renato Pina levou a esposa ao Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, alegando que ela havia sido vítima de um disparo acidental. A jovem, atingida na nuca, não resistiu aos ferimentos. O casal vivia junto havia cerca de três anos e tinha um bebê de sete meses. Também morava com eles o filho de Shayene, de 9 anos, de um relacionamento anterior.
Segundo o delegado Willians Batista de Souza, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), a versão apresentada pelo sargento não se sustentou. “A análise no local do crime, no corpo da vítima e os depoimentos de testemunhas mostraram que a versão inicial era fantasiosa e não poderia ter acontecido da forma relatada”, afirmou.
De acordo com as investigações, Renato Pina mudou sua narrativa diversas vezes antes de optar pelo silêncio, acompanhado de seu advogado. O histórico do casal também revelou episódios recorrentes de violência doméstica.
“Ele tinha por hábito agredir a vítima, ameaçá-la com arma de fogo e, inclusive, efetuar disparos próximos a ela em outras oportunidades. Infelizmente esse histórico culminou nesse crime de feminicídio”, completou o delegado.
Posição da PM
Em nota, o comando da Polícia Militar repudiou com veemência o ato praticado pelo sargento e informou que, assim que a Corregedoria tiver acesso ao auto de prisão em flagrante, será instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM), que poderá resultar na exclusão do policial da corporação.