Garçom é condenado por matar acompanhante após desentendimento em Fortaleza
O garçom Antônio Carlos Sousa Pereira foi condenado a 32 anos, em regime inicialmente fechado, pelo crime de feminicídio de Bruna Gonçalves, de 30 anos.
O caso ocorreu em outubro de 2024, no bairro Varjota, em Fortaleza, após um desentendimento sobre o valor de um programa sexual. A sentença foi proferida pelo Conselho de Sentença da 5ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, nesta quinta-feira (23). O réu também foi condenado ao pagamento de R$ 13,5 mil a título de indenização por danos morais à família da vítima.
Segundo o processo, na madrugada do crime, Antônio e Bruna tiveram uma discussão por causa de uma diferença de R$ 50 no valor do programa sexual. O réu relatou que, ao marcar o encontro, havia combinado o pagamento de R$ 350, mas que, ao final, Bruna teria cobrado R$ 400. Como ele não possuía o valor adicional, tentou conseguir o dinheiro emprestado, mas não obteve sucesso.
Ao retornar sem a quantia, os dois voltaram a discutir, momento em que o acusado se exaltou e atacou Bruna com uma faca de cozinha, provocando sua morte. Em depoimento, Antônio relatou que Bruna o teria ameaçado com a faca primeiro.
À época, o advogado de Antônio Carlos, Dayvid Martins Correia, relatou à CNN que o crime aconteceu durante uma discussão entre o garçom e Bruna Gonçalves, após o uso de drogas. “No dia do ocorrido, ele e a jovem Bruna Gonçalves fizeram uso de cocaína e, após divergências sobre o valor do programa, não consumaram a relação sexual. A defesa ressalta que, antes das agressões, Bruna fez uma chamada de vídeo com uma amiga, na qual ameaçou Antônio Carlos e o humilhou, chamando-o de 'pobre' e dizendo que sua casa era 'de pobre'”, afirmou o advogado criminal Dayvid Martins Correia.
A vítima, mãe de três filhos, foi encontrada sem vida no dia 26 de outubro de 2024, na casa onde o acusado morava. Antônio foi preso em flagrante por uma equipe da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e confessou o crime, afirmando que havia consumido cocaína antes do encontro e que agiu por “impulso”.
O julgamento ocorreu no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Após a condenação, o réu permanece preso e deverá cumprir a pena em regime fechado.