Aumento do clitóris e queda de cabelo: riscos da testosterona em mulheres

dez 11, 2025 - 12:53
 0
Aumento do clitóris e queda de cabelo: riscos da testosterona em mulheres

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram uma nota conjunta nesta semana reforçando que o uso de testosterona em mulheres deve ser estritamente limitado à única indicação oficialmente reconhecida: o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) — e somente após avaliação clínica criteriosa.

De acordo com as entidades, o uso do hormônio fora dessa indicação é potencialmente perigoso e pode causar danos severos à saúde feminina.


Riscos incluem virilização, problemas cardíacos e até tumores

O comunicado lista uma série de efeitos colaterais, muitos deles graves e irreversíveis. Entre os riscos associados ao uso indevido de testosterona em mulheres estão:

  • Acne, queda de cabelo e crescimento excessivo de pelos

  • Aumento do clitóris

  • Engrossamento irreversível da voz

  • Toxicidade hepática e risco aumentado de tumores no fígado

  • Alterações psicológicas e psiquiátricas

  • Infertilidade

  • Complicações cardiovasculares, como hipertensão, arritmias, embolias, tromboses, infarto e AVC

  • Aumento da mortalidade

  • Alterações em exames laboratoriais, como colesterol e triglicerídeos

As sociedades médicas alertam que esses efeitos podem ocorrer mesmo em doses consideradas baixas quando utilizadas sem indicação formal.


Testosterona não é aprovada pela Anvisa para uso feminino

A nota reforça ainda que nenhuma formulação de testosterona é aprovada pela Anvisa para uso em mulheres.

A agência reguladora também não reconhece o uso do hormônio para:

  • fins estéticos,

  • melhora de composição corporal,

  • aumento de desempenho físico,

  • elevação de energia ou disposição,

  • terapias de antienvelhecimento.

Ou seja, qualquer prescrição com essas finalidades é considerada fora das normas médicas e pode representar sério risco à saúde.


Entidades reforçam necessidade de acompanhamento médico rigoroso

SBEM, Febrasgo e SBC recomendam que pacientes não utilizem testosterona sem supervisão de um especialista e que desconfiem de tratamentos “milagrosos” envolvendo hormônios. A orientação é procurar avaliação adequada sempre que houver sintomas de queda de libido ou alterações hormonais.