Paolla Oliveira desabafa sobre pressão estética: "Foi uma crise gigante, eu não queria mais"

Aos 43 anos, a atriz Paolla Oliveira abriu o coração sobre os impactos da pressão estética e das críticas ao seu corpo ao longo da carreira. Em entrevista ao videocast "Conversa vai, conversa vem", a intérprete de Heleninha no remake de "Vale Tudo" revelou como enfrentou uma fase de intensa cobrança e como decidiu transformar essa dor em voz ativa pela diversidade dos corpos femininos.
"O inferno que se tornou a minha vida. O desagrado, a insuficiência. Quando se coloca uma roupa em que se sente bonita e não está bonita para os outros", relatou.
Durante anos, Paolla foi questionada sobre quantos quilos emagreceria para um papel, enquanto seu talento como atriz era deixado em segundo plano. "O Carnaval era sobre a dieta que faria. Uma hora era bonita, outra hora não era mais. Aqui era padrão. Ali era gorda. Foi uma confusão tão grande que falei: 'não quero mais'. Foi uma crise gigante", desabafou.
O ponto de virada
Segundo a atriz, a transformação começou quando ela passou a observar os movimentos de representatividade e aceitação nas redes sociais.
"Começou o movimento de mulheres se mostrando, de diversidade, e falei: 'existe outro caminho, existe quem eu sou'. Comecei a me reconhecer e falar: 'preciso estar de acordo com o que penso e não com a expectativa dos outros'. Foi libertador."
Ela destacou ainda que, apesar de o ambiente digital ser desafiador, também é um espaço de identificação para muitas mulheres. “A régua continua cruel demais. Temos que ser mais magra, mais jovem, mais bonita. Mas, a partir do discurso posto, conseguimos arrumar um lugar de mais conforto”, disse.
"Quero que se dane meu peso"
Paolla também lembrou de um momento marcante em sua trajetória de empoderamento: o famoso "ano da onça", quando desfilou no Carnaval com fantasia estampada de oncinha. Na época, ela viralizou ao publicar um vídeo desabafando:
“Quero que se dane meu peso, a dieta que vou fazer. Não vou fazer nada, parem de me perguntar.”
Inspiração para outras mulheres
Ao ser questionada pela jornalista Maria Fortuna sobre o impacto de suas falas na vida de outras mulheres, Paolla foi enfática:
"É um misto de responsabilidade, alegria e felicidade com uma vontade de não parar de falar. O tempo inteiro eu ouço: 'Paolla está falando disso de novo? Logo ela que usufruiu tanto desse lugar?'. A gente não pode parar de falar."
Ela finalizou com um recado direto: “Quando a gente sai das nossas bolhas, encontra mulheres que precisam ouvir que podem ser livres — em relação a várias coisas, inclusive aos corpos. Vou continuar falando.”