Mulheres denunciam grupo que compartilha imagens íntimas sem consentimento

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação contra uma rede de predação sexual que atua em casas de forró de São Paulo. Segundo 12 denúncias recebidas, homens frequentadores desses eventos estariam vendendo e compartilhando, sem consentimento, imagens íntimas de mulheres em grupos do aplicativo Telegram.
Os relatos apontam que os envolvidos flertam com potenciais vítimas nos bailes e, mesmo quando as relações são consensuais, registram fotos e vídeos sem autorização. O material é então distribuído entre membros do grupo, acompanhado de informações pessoais sensíveis, como endereços, locais frequentados, situação familiar e detalhes da vida íntima das mulheres.
Grupo com mais de 150 membros
Um dos grupos denunciados, chamado “Cremosinhas da Putaria”, teria ao menos 150 integrantes, em operação há mais de oito anos. Para ter acesso, cada participante precisa pagar uma taxa mensal de R$ 50 e expor uma mulher, enviando fotos íntimas junto com a própria identificação. Segundo os denunciantes, há presença de músicos, professores e frequentadores assíduos das principais casas de forró da capital, incluindo Remelexo, Canto da Ema, Baile dos Ratos, Milliduck e Jai Club. Locais da Grande São Paulo, como To The Sea (Santo André) e Gira Mundo (São Bernardo do Campo), também são citados.
Uma das vítimas tomou conhecimento da exposição após ser abordada agressivamente nas redes sociais. Um homem que teve acesso a conversas do grupo revelou que suas imagens e prints estavam circulando entre os integrantes. Outro grupo, chamado “Vazadinhas Inéditas”, teria operação internacional, com base na Europa, e descrição idêntica à do grupo brasileiro, levantando a suspeita de ação coordenada.