Morre idosa de 93 anos que era maltratada e furtada pelo filho no DF

Uma idosa de 93 anos morreu na manhã deste domingo (3), no Hospital das Forças Armadas (HFA), no Distrito Federal, após ser resgatada em condições degradantes e vítimas de maus-tratos cometidos pelo próprio filho. O caso, que chocou moradores da capital federal, envolve acusações de violência psicológica, negligência e exploração financeira.
A vítima havia sido resgatada em 3 de julho deste ano, com sinais de demência e grave desidratação. Ela vivia em um ambiente descrito pela polícia como insalubre, sujo e perigoso. A operação foi conduzida por agentes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa (Decrin), após denúncias de maus-tratos.
Durante o resgate, a idosa foi encontrada acamada, sem roupas, inconsciente, ao lado de velas acesas e de um cachorro que também apresentava sinais de intoxicação. Segundo os policiais, o local estava tomado por sujeira, havia um estoque incomum de carne seca e latas de atum, e a vítima estava claramente desassistida.
De acordo com as investigações, o filho da vítima vinha cometendo abusos desde 2020. Além da negligência e violência psicológica, ele é acusado de se apropriar do salário da mãe, que recebia cerca de R$ 30 mil por mês, impedindo inclusive que outro filho mantivesse contato com ela. O suspeito foi preso no dia 4 de julho, no bairro Park Way, mas foi liberado após audiência de custódia no dia seguinte. Até o momento, não foram concedidas medidas protetivas pela Justiça.
O outro filho da idosa ingressou com pedido judicial de proteção e responsabilização do agressor. Segundo especialistas, se condenado, o acusado pode cumprir até 14 anos de prisão, além de pagamento de multas.
A morte da idosa reacende o debate sobre a violência contra pessoas idosas, que muitas vezes acontece dentro do próprio núcleo familiar e de forma silenciosa. Casos como esse reforçam a importância da denúncia e do acompanhamento contínuo por órgãos de proteção social e justiça.