Fomento Rural transforma a vida no campo com 77% de beneficiárias mulheres

Rosemary Alves de Souza, 56 anos, moradora do assentamento Cynthia Peter, em Mambaí (GO), enfrentou anos de dificuldades, abuso psicológico e falta de recursos. Hoje, sua vida é um exemplo de transformação graças ao Programa Fomento Rural, iniciativa que promove apoio técnico e financeiro para que as famílias rurais mais pobres possam desenvolver projetos produtivos.
O programa tem se destacado como um instrumento para a transformação da vida de mulheres em áreas rurais, como Rosemary, promovendo autonomia econômica e desenvolvimento social. Das 340 mil famílias atendidas, 77% têm mulheres como beneficiárias diretas, seguindo a lógica do Cadastro Único, que prioriza a inclusão feminina em programas sociais.
Quando chegou ao assentamento, Rosemary viu-se diante de obstáculos que pareciam barreiras. Vendia verduras, polpas de frutas e castanhas na cidade, caminhando seis quilômetros a pé para garantir o sustento da família. Criava galinhas, mas não tinha como alimentá-las adequadamente.
A situação piorou quando sua filha, com problemas cardíacos, precisou de um ecocardiograma de R$ 300, um valor que parecia impossível de conseguir. “Eu só chorava, pensando: ‘Meu Deus, como vou sobreviver desse jeito?’”, lembrou.
O abuso doméstico do ex-companheiro agravou ainda mais sua situação. Uma medida protetiva não garantiu sua segurança, e ela foi obrigada a deixar sua parcela no assentamento, ficando desabrigada. O Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra) a realocou em outra área, mas as condições continuavam precárias: falta de água, moradia inadequada e incertezas sobre o futuro eram seus maiores desafios.
A virada veio com o Fomento Rural. Com o apoio do programa, Rosemary começou a criar galinhas. Primeiro, com R$ 2.400, depois com R$ 5 mil, ela ampliou sua produção. Hoje, vende frangos e ovos, garantindo renda para sustentar a família. “Antes, não tinha nem o que comer. Agora, não falta comida aqui”, disse, com orgulho.
A água, que antes era escassa, hoje chega até a sua casa graças aos 820 metros de mangueira instalados com recursos do programa. “Ainda não é muita água, mas é suficiente para beber e cuidar dos animais”, explicou.
A iniciativa também teve efeitos positivos na autoestima. “Eu não tinha vontade de nada. Hoje, tenho orgulho de dizer que estou vencendo”, afirmou. “Eu não conseguia fazer nem metade do que faço agora”, prosseguiu. Hoje, paga as contas em dia, compra material escolar para a neta de oito anos e até o uniforme da escola. “Minha filha nunca usou uniforme, mas minha neta usa”, relatou emocionada.
O Fomento Rural não só proporcionou a Rosemary condições materiais, mas também a força para seguir em frente. “Esse projeto é uma bênção. Eles viram o que a gente precisava, especialmente as mulheres do campo, que muitas vezes sofrem caladas”.