Excesso de peso aumenta risco de câncer colorretal, apontam novos estudos
O excesso de peso, já conhecido por estar associado a doenças cardiovasculares e diabetes, agora reforça sua ligação com o desenvolvimento de tumores intestinais. Pesquisas recentes mostram que a obesidade é um dos principais fatores de risco para o câncer colorretal.
Uma meta-análise de diferentes trabalhos científicos revelou que indivíduos com obesidade apresentam de 25% a 57% mais chances de desenvolver esse tipo de câncer. Outro estudo, publicado no periódico Jama Network, destacou que o acúmulo de gordura na região abdominal — a chamada obesidade central — está diretamente associado ao risco de tumores no intestino.
A pesquisa foi conduzida por cientistas alemães com base em dados do UK Biobank, estudo britânico que reúne informações de saúde de cerca de meio milhão de pessoas entre 40 e 69 anos. “Esse artigo destaca a importância da medida da circunferência abdominal como parâmetro para avaliar o aumento do risco de câncer colorretal”, explica a endocrinologista Cláudia Schimidt, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O excesso de gordura visceral — que se acumula entre os órgãos — atua como um tecido endócrino, produzindo substâncias pró-inflamatórias capazes de gerar pequenas inflamações crônicas. Esses processos podem provocar danos celulares e favorecer o surgimento de tumores. Além disso, desequilíbrios hormonais e a resistência à insulina, comuns na síndrome metabólica, também aparecem como possíveis desencadeadores.
Segundo o oncologista Alexandre Palladino, chefe do setor de Oncologia Clínica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a obesidade já é considerada o segundo maior fator de risco evitável para o câncer, atrás apenas do tabagismo.
Prevenção
Embora a predisposição genética exerça influência importante, especialistas destacam que adotar medidas de prevenção contra a obesidade também reduz o risco de câncer. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular e controlar o peso corporal estão entre as principais recomendações médicas.
