Americana ganha R$ 22 mil por mês vendendo leite materno para fisiculturistas

agosto 6, 2025 - 17:49
agosto 6, 2025 - 17:50
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Americana ganha R$ 22 mil por mês vendendo leite materno para fisiculturistas
Reprodução/Redes Sociais

A norte-americana McKenzie Stelly, de 23 anos, encontrou uma forma inusitada de empreender: ela começou a vender seu leite materno para fisiculturistas em busca de ganhos musculares. A ideia surgiu após o nascimento de seu segundo filho, Rhett, quando percebeu que produzia uma quantidade acima do normal de leite.

No início, McKenzie doava o excedente por meio de uma agência hospitalar, recebendo cerca de US$ 1 por doação (aproximadamente R$ 5,48). Porém, após compartilhar em um grupo no Facebook que estava com leite sobrando, foi surpreendida com a procura de um fisiculturista interessado no produto para suplementação alimentar. A partir daí, o que era doação virou negócio.

Hoje, ela cobra US$ 5 por porção (cerca de R$ 27,40) e afirma faturar cerca de US$ 3.500 por mês — o equivalente a R$ 19 mil. “As pessoas acham que o leite materno deve ser sempre oferecido de graça, e eu concordo até certo ponto. Mas ainda é um produto do meu corpo e do meu tempo”, disse McKenzie em entrevista ao Daily Star.

Ela conta que já foi abordada por clientes pedindo desconto por "dificuldades financeiras", mas que apareciam para buscar o leite dirigindo carros de luxo. “Cobro um valor mais alto para fisiculturistas porque eles são adultos e é um estilo de vida que estão explorando”, justificou.

Leite materno ajuda na hipertrofia?

Apesar da moda entre alguns atletas, especialistas não recomendam o consumo de leite materno por adultos. A nutricionista Juliana Andrade esclarece que, embora o leite materno seja extremamente nutritivo e essencial para o desenvolvimento de bebês, ele não é eficaz para fins de ganho muscular em adultos.

“O organismo de um recém-nascido é completamente diferente do de um adulto. O leite materno contém nutrientes e enzimas voltadas para o desenvolvimento infantil, não para hipertrofia”, explica Juliana. Ela ressalta ainda que a quantidade de proteína no leite humano é significativamente inferior à presente em suplementos esportivos como o whey protein.

Além disso, há riscos à saúde. Um estudo conduzido nos Estados Unidos revelou que cerca de 75% das amostras de leite materno vendidas on-line estavam contaminadas com bactérias perigosas, por falta de controle sanitário. Fora dos bancos de leite regulados, não há garantia de coleta, armazenamento ou transporte adequados.

Juliana alerta: “Só porque algo é natural, não significa que seja seguro ou eficaz para todos os usos. Não há evidências científicas que sustentem o consumo de leite materno por adultos como estratégia nutricional.”

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