Sul-africana morta em Curitiba já havia denunciado tentativa de homicídio nos EUA

A sul-africana Anne Leigh Mckenzie, de 27 anos, encontrada morta junto com o namorado, Ian Alexander Bruder Hay, de 30, em um apartamento no bairro Batel, em Curitiba (PR), havia denunciado um episódio grave de violência envolvendo o mesmo homem em 2024, nos Estados Unidos.
À época com 26 anos, Anne relatou em uma vaquinha online que foi mantida em cativeiro, agredida e ameaçada por Ian na cidade de Houston, Texas. O episódio teria ocorrido na noite de 31 de outubro daquele ano. Segundo a vítima, ela tentou fugir, mas foi impedida pelo agressor. “Havia três fechaduras. Assim que a terceira fechadura foi destrancada, ele me agarrou pelas costas e me puxou", descreveu.
As agressões resultaram em três fraturas na coluna e um corte profundo na têmpora. Para evitar que pedisse socorro, Ian teria quebrado seu celular e laptop. Anne passou três meses em recuperação, precisou de fisioterapia e tratamento psicológico, além de ficar sem trabalhar devido ao vencimento do visto. Ela ainda afirmou ter perdido roupas e pertences, supostamente levados pela irmã do agressor.
Morte em Curitiba
Anne e Ian chegaram ao Brasil na sexta-feira (18), um dia antes do crime. Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta que o americano teria atirado contra a sul-africana e, em seguida, cometido suicídio.
No domingo (20), policiais arrombaram a porta do apartamento e encontraram os corpos. No local, foram apreendidos uma pistola, munições, cocaína, seringas, celulares, balanças de precisão, computador, canivete, relógios e joias.
A perícia vai determinar a dinâmica do crime e confirmar a motivação. Familiares contaram que não conheciam detalhes do relacionamento, já que o contato com Anne era feito apenas por videochamadas.