Sargento grava vídeo rindo ao lado de amigo momentos antes de matá-lo
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra os sargentos da Polícia Militar William Amaral da Conceição e Eduardo Filipe Santiago Ferreira momentos antes do crime que terminou com a morte de Eduardo, na madrugada do último sábado (18), em Vila Valqueire, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Nas imagens, os dois aparecem dentro de um carro, sorrindo e ouvindo música, aparentando descontração. Poucas horas depois, a cena teria se transformado em tragédia: os colegas de farda se desentenderam e trocaram tiros, resultando na morte de Eduardo, de 42 anos.
O crime
De acordo com as investigações, a discussão começou dentro do carro onde ambos estavam. Uma câmera de segurança registrou o momento em que os dois descem do veículo e passam a atirar um contra o outro.
Eduardo morreu no local, enquanto William, de 36 anos, também foi baleado e socorrido pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.
Inicialmente, o sargento William afirmou à polícia que os dois teriam sido vítimas de uma tentativa de assalto, mas as imagens de segurança desmentiram a versão, revelando que o tiroteio foi motivado por uma briga entre os próprios policiais.
Relação de amizade e tragédia
Os dois sargentos eram amigos de longa data e padrinhos de casamento um do outro, segundo relatos de familiares e colegas. Testemunhas informaram que eles passaram a tarde juntos, foram ao barbeiro e consumiram bebida alcoólica antes da confusão.
O corpo de Eduardo Filipe foi velado neste domingo (19) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Ele deixa dois filhos, de 21 e 15 anos.
Prisão e investigação
Após receber alta hospitalar, William Amaral foi preso em flagrante e encaminhado à Unidade Prisional da PM em Niterói, na Região Metropolitana. Ele alegou não se lembrar do que aconteceu.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanhou a prisão e informou que o caso também será alvo de processo administrativo disciplinar, que pode resultar na expulsão do sargento da corporação.
As investigações criminais estão sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG).
Em nota, o Comando da PM do Rio de Janeiro afirmou que “atua com rigor na apuração de desvios de conduta e crimes cometidos por seus integrantes” e que não compactua com tais práticas.
