Saiba mais sobre a alergia, que pode ser causada por diversos fatores

Setembro 14, 2025 - 14:38
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Saiba mais sobre a alergia, que pode ser causada por diversos fatores

Uma doença multicausal e sistêmica que pode aparecer na infância, a alergia pode ser provocada por fatores ambientais ou alimentares, e afeta o corpo, causando muitas complicações nas pessoas diagnosticadas.

Segundo a médica alergologista Bárbara Gonçalves, as alergias se desenvolvem quando o sistema imunológico de uma pessoa reage exageradamente a substâncias que geralmente são inofensivas:

“A alergia é uma resposta exagerada frente a uma substância à qual normalmente as pessoas não têm essa resposta exagerada. E para que isso aconteça, primeiro a pessoa se sensibiliza, ou seja, entra em contato pela primeira vez. Vou dar o exemplo da poeira, que é o mais fácil. Ela entra em contato com a poeira a primeira vez na vida e forma anticorpo contra aquela poeira. Num segundo contato, um tempo depois, aquele anticorpo formado vai reagir com essa poeira. Isso é o que vai provocar clinicamente a reação alérgica.”

A médica também explica que a probabilidade de desenvolver alergia é maior se um ou ambos os pais tiverem alguma condição alérgica. A tendência pode ser herdada no código genético de uma família:

 “Existe um comprometimento genético também. Então, quem tem familiares, por exemplo, pai e mãe com alergia, a probabilidade de aquele filho ou filha também ser alérgico é maior do que quem não tem ninguém. O que é mais comum? A rinite é a mais comum de todas, aquela em que o nariz coça, espirra e entope. A rinite alérgica é desencadeada por poeira, ácaro, fungos — que é o mofo — e pólen, mais presente no sul do país. No Nordeste, há casos ligados à manga, por exemplo, ao pólen da manga. Depois vêm a asma — que normalmente caminha junto com a rinite —, as alergias alimentares, as conjuntivites e outras. Mas as mais comuns são rinite e asma."

Embora alergias frequentes, como as provocadas por pólen, poeira ou alimentos específicos, sejam amplamente conhecidas, existem também as alergias raras e estranhas, desencadeadas por fatores incomuns que afetam um número reduzido de pessoas. A jornalista Zafia Tomás faz parte desse grupo. A baiana de 30 anos desenvolveu uma reação alérgica à própria lágrima:

 “Na época eu passava por um relacionamento um pouco conturbado e todas as vezes que eu chorava, meu rosto ficava completamente inchado e deformado. Não era um inchaço normal de lágrimas de quando você chora. Era um inchaço assustador, a ponto de ter ido parar na emergência algumas vezes. Depois disso eu procurei um alergologista e fiz uma série de exames.”

Já a enfermeira Marceli Queiroz também convive com uma alergia considerada rara. Ela apresenta uma resposta imune exagerada sempre que consome bebida alcoólica:

 “É uma reação alérgica que não é dessas graves, que dão edema de glote, a pessoa perde a respiração, incha a garganta, incha os olhos. Não é nesse sentido. É uma reação alérgica mais tópica, de pele. Toda vez que eu boto uma gotinha de álcool no meu corpo, o meu sangue hiperdilata muito, muito rápido, e isso causa as placas vermelhas e essa sensação de queimor que é bem forte. Então é algo que o antialérgico não tem como resolver, e eu tenho que viver com isso.”

A alergista Raquel Alves esclarece como acontecem essas reações imunológicas desproporcionais a substâncias ou condições incomuns.

“A reação alérgica à lágrima ou ao suor pode fazer parte de um quadro de urticária aquagênica. Mas o que acontece em casos raríssimos é a alergia à água, que é a urticária aquagênica. No caso da alergia ao álcool, o que acontece é que muitas vezes o álcool funciona como um cofator, então ele aumenta a chance do paciente desenvolver uma reação alérgica.”