Polícia investiga caso de maus-tratos a arraia em praia de Palmas após vídeo viralizar

A Polícia Civil do Tocantins abriu uma investigação para apurar um possível crime de maus-tratos contra uma arraia, registrado na Praia do Prata, em Palmas. O caso ganhou repercussão nas redes sociais após um vídeo mostrando a agressão ao animal circular no fim de semana e causar indignação entre internautas e ambientalistas.
Nas imagens, um homem aparece utilizando um tipo de lança para espetar a arraia, que estava à beira do lago, próximo a banhistas. Em seguida, ele carrega o animal por vários metros até as lixeiras da praia, enquanto a arraia se debate e tenta se defender com seu ferrão.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso está sendo apurado pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Conflitos Agrários (DEMAG - Palmas), que já registrou a ocorrência e deu início às diligências para identificar o autor do crime e esclarecer as circunstâncias do episódio.
As arraias de água doce são comuns nos rios do Tocantins, especialmente em épocas de seca, quando o nível da água diminui e os animais se aproximam das margens. Apesar de causarem temor, especialistas reforçam que os ataques acontecem apenas como forma de defesa.
"Quando a arraia se sente ameaçada, principalmente quando é pisada, esse ferrão vem para cima e ferroa. Isso é uma forma de defesa. Pode apresentar riscos e tem uma toxina que causa ferimentos graves", explicou o biólogo Gabriel Samora Chacra.
Em 2025, o Corpo de Bombeiros do Tocantins registrou oito ocorrências de acidentes com arraias. No entanto, o número pode ser maior.
“A maioria desses ataques não é registrada. O pessoal sofre o ataque e desloca rapidamente para o hospital sem passar pela corporação”, afirmou o subtenente Wesley Sousa.
O caso reacende o debate sobre a convivência entre seres humanos e animais silvestres em ambientes naturais, e a importância de se respeitar a fauna local. A Polícia Civil segue com as investigações, e o responsável pelo ato poderá responder por crime ambiental, conforme previsto na legislação brasileira.