Mulher tem reação grave a ibuprofeno e 95% da pele se solta do corpo

agosto 6, 2025 - 17:59
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Mulher tem reação grave a ibuprofeno e 95% da pele se solta do corpo
Reprodução/Redes Sociais

A norte-americana Aleshia Rogers, de 30 anos, passou por uma experiência traumática e quase fatal poucos dias após o parto de seu filho em setembro de 2020. O que começou como o uso de um analgésico comum — o ibuprofeno — para aliviar as dores pós-parto, evoluiu rapidamente para um quadro crítico de necrólise epidérmica tóxica (NET), a forma mais grave da síndrome de Stevens-Johnson (SSJ), uma reação alérgica rara e potencialmente letal.

Segundo o relato da própria Aleshia, os primeiros sintomas pareciam uma gripe comum: febre, fadiga, dor de garganta e olhos irritados. A condição se agravou nos dias seguintes com inchaço facial, surgimento de bolhas na pele e dores intensas. Ela procurou atendimento médico em dois hospitais diferentes, onde foi inicialmente diagnosticada com conjuntivite e febre escarlate.

Somente na terceira tentativa de atendimento foi diagnosticada corretamente com a SSJ/NET. Àquela altura, cerca de 95% da pele de seu corpo havia se soltado, obrigando os médicos a tratá-la como uma grande queimadura. Ela foi transportada de avião para um hospital especializado, onde recebeu a dura notícia: tinha apenas 3% de chance de sobreviver.

“Fui colocada em coma induzido com ventilador e sonda de alimentação por três semanas, passei por excisão de pele de corpo inteiro e enxertos, e precisei de um transplante de membrana amniótica para salvar meus olhos”, contou Aleshia nas redes sociais e na página da Fundação da Síndrome de Stevens-Johnson (FSSJ), nos EUA.

A difícil recuperação

Após sair do coma, Aleshia enfrentou um longo e doloroso processo de recuperação, tanto físico quanto emocional. “Eu deveria estar em casa com meu bebê, mas tive que reaprender a respirar, comer, falar e andar. A recuperação não foi apenas física – foi emocional e espiritual. Mudei para sempre”, escreveu.

Anos depois, ela ainda convive com sequelas: foi diagnosticada com gastroparesia, taquicardia sinusal, arritmias e disfunção autonômica — distúrbios que afetam o funcionamento involuntário do corpo. “Às vezes, meu corpo ainda parece estar lutando para se recuperar. Mas nunca desisti”, desabafou.

O que é a síndrome de Stevens-Johnson (SSJ)?

A SSJ é uma reação alérgica rara, muitas vezes associada a medicamentos. Sua forma mais grave, a NET, pode ser fatal. Os sintomas iniciais costumam ser confundidos com viroses e incluem:

  • Febre e fadiga

  • Irritação nos olhos

  • Dor de garganta e mal-estar

  • Lesões dolorosas na pele e mucosas

  • Descolamento da pele em grandes áreas do corpo

Ibuprofeno e SSJ: qual a relação?

Apesar de ser vendido sem receita médica, o ibuprofeno está entre os medicamentos associados à SSJ, conforme alerta a Fundação da Síndrome de Stevens-Johnson. Em pessoas com predisposição genética, o uso pode desencadear uma resposta imunológica exagerada. Os primeiros sintomas podem surgir entre 1 e 3 dias após o consumo.

“É um risco raro, mas real. Muitas pessoas não sabem que até medicamentos comuns podem causar reações graves”, alertam os especialistas.

Tratamento e cuidados

O tratamento da SSJ/NET exige interrupção imediata do medicamento suspeito e hospitalização urgente. Pacientes geralmente precisam de cuidados intensivos em unidades especializadas, semelhantes aos tratamentos para grandes queimados. Entre as medidas estão:

  • Hidratação intensiva

  • Controle da dor e infecções

  • Cuidados com as feridas

  • Uso de imunoglobulinas e corticoides, em alguns casos

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de sobrevivência e menores os riscos de sequelas.

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