Médico é condenado a indenizar paciente em R$ 10 mil após operar dedo errado em Caçapava

julho 26, 2025 - 18:15
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Médico é condenado a indenizar paciente em R$ 10 mil após operar dedo errado em Caçapava
Reprodução

A Justiça de São Paulo condenou o médico ortopedista e traumatologista Fernando Carlos Cabral e o Hospital e Maternidade Policlin Caçapava a pagarem R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma paciente que teve o dedo errado operado durante uma cirurgia.

O caso aconteceu em março de 2018, quando a mulher foi submetida a um procedimento para tratar um “dedo em gatilho” — inflamação que causa dor e impede a abertura completa do dedo médio da mão direita. No entanto, ao acordar da cirurgia, a paciente percebeu, junto com o marido, que o curativo estava posicionado no dedo indicador, que estava saudável.

Dois dias depois, em consulta com o médico, a troca foi confirmada. A paciente precisou passar por uma segunda cirurgia para corrigir o problema no dedo médio e registrou boletim de ocorrência. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou ferimento perfuro-inciso e edema no dedo errado.

Defesa alegou que exame indicava outra inflamação

A defesa do médico, feita pelos advogados José Gonçalves e Estefania Silva, afirmou que a ultrassonografia não indicava com precisão a localização da inflamação e que, no dia da cirurgia, um novo exame físico teria apontado que o dedo mais comprometido era o indicador. Também alegaram que o corte teria “alcance para o segundo e terceiro dedos” e que o procedimento tratou aderências inflamatórias no indicador.

Decisão judicial

Para a juíza Simone Cristina de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Caçapava, o erro foi “gravíssimo” e configurou falha na prestação do serviço médico:

“Fato é que a autora foi obrigada a passar por duas intervenções cirúrgicas, com os riscos e prejuízos daí advindos. Viu-se enfrentando a recuperação de mais uma cirurgia em parte do corpo não adoecida. Os fatos geraram à autora estresse, preocupação e angústia, com reflexos na honra subjetiva”, destacou a magistrada.