Homem aciona Justiça para resgatar R$ 169 mil de ‘jogo do Tigrinho’

Um homem do Distrito Federal acionou a Justiça após acumular mais de R$ 169 mil no popular "jogo do Tigrinho" e ter o valor retido pela plataforma. Segundo a ação movida pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), a empresa exigiu que ele realizasse um novo depósito para "subir de categoria" e liberar o dinheiro, prática que caracteriza um golpe.
A DPDF, que representa o usuário, apurou que essa estratégia tem sido utilizada de forma recorrente pelas plataformas de apostas. Os operadores dos jogos online prometem a liberação dos valores ganhos, mas posteriormente criam justificativas para reter o saldo e exigem novos pagamentos via Pix. Mesmo após o cumprimento dessas demandas, os usuários continuam sem acesso ao dinheiro.
No pedido encaminhado à Justiça, a Defensoria argumentou que há uma relação de consumo entre a plataforma e o jogador, o que caracteriza a responsabilidade objetiva da empresa. Conforme o Código de Defesa do Consumidor, a reparação dos danos causados ao consumidor independe da existência de culpa por parte do fornecedor.
O defensor público e chefe do Núcleo de Defesa do Consumidor, Antônio Carlos Cintra, ressaltou que o "jogo do Tigrinho", já conhecido por causar vício e comprometer a renda de milhares de pessoas, agora assume uma nova configuração, propiciando golpes financeiros.
“A publicidade é toda voltada para a obtenção de lucros financeiros, sem nenhum limitador. A partir daí, verifica-se a imposição de bloqueios arbitrários e objeções que não foram anunciadas previamente. As plataformas agem de forma fraudulenta para garantir novos depósitos e, como consequência, mantêm os usuários presos a elas na esperança de realizar os saques prometidos”, destacou Cintra.