Gordura no fígado dobra risco de morte, aponta estudo

Estima-se que uma a cada quatro pessoas no mundo tenha esteatose hepática, condição causada pelo acúmulo de gordura no fígado. A doença está diretamente relacionada à obesidade e ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Um estudo publicado na revista científica The Journal of Hepatology nesta segunda-feira (24/3) revelou que pacientes com essa condição têm o dobro de chances de morrer devido ao tecido adiposo acumulado no órgão.
Estudo e principais descobertas Cientistas do Karolinska Institutet, na Suécia, analisaram dados de aproximadamente 13 mil pessoas diagnosticadas com gordura no fígado entre 2002 e 2020. O levantamento mostrou que, além do aumento da taxa de mortalidade geral, os pacientes apresentavam riscos elevados de morte por:
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Doenças no fígado (+27%);
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Câncer de fígado (+35%);
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Condições cardiovasculares (+54%);
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Outras doenças não relacionadas ao fígado (+47%), como infecções, doenças gastrointestinais, respiratórias e endócrinas.
Principais causas da gordura no fígado A esteatose hepática pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo:
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Consumo excessivo de álcool;
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Excesso de peso corporal;
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Diabetes e resistência à insulina;
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Má nutrição;
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Alguns medicamentos;
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Distúrbios metabólicos hereditários;
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Sedentarismo;
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Pressão alta;
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Colesterol e triglicérides elevados.
Segundo o professor e médico Axel Wester, um dos autores do estudo, muitas pessoas desconhecem que possuem gordura no fígado, pois a doença raramente apresenta sintomas nos estágios iniciais.
Os pesquisadores destacam que o estudo reforça a necessidade de atenção médica para outros órgãos dos pacientes com esteatose hepática, a fim de prevenir complicações graves e melhorar o prognóstico da doença.