Cientistas desvendam assassinato de homem que morreu há 12 mil anos

Setembro 17, 2025 - 01:34
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Cientistas desvendam assassinato de homem que morreu há 12 mil anos
CM Stimpson

Ossos de 12 mil anos encontrados na caverna Thung Binh 1, em um sítio arqueológico no Vietnã, pertencem a uma das primeiras vítimas de homicídio conhecidas no mundo, segundo estudo liderado pelo arqueólogo Christopher Stimpson, da Universidade de Oxford, publicado na revista Royal Society B no final de agosto.

Primeiro caso de violência registrado no Sudeste Asiático

A vítima, um homem de aproximadamente 35 anos, é o primeiro registro de violência entre humanos documentado na região. A ossada, descoberta entre o final de 2017 e início de 2018, incluía grande parte do crânio, que havia sido esmagado pelo túmulo. Análises iniciais indicam que ele morreu em bom estado de saúde, sem sinais de doenças, o que despertou a atenção dos pesquisadores para investigar a verdadeira causa de sua morte.

Evidências de assassinato

Exames detalhados revelaram que o homem possuía uma costela cervical, um osso extra raro localizado no pescoço. Além disso, uma ponta de quartzo foi encontrada no sedimento próximo ao corpo. A análise indicou que o artefato foi produzido deliberadamente como projétil e seu material não era comum na região, levantando questões sobre sua origem e quem a fabricou.

Observações mais precisas mostraram que a costela cervical apresentava sinais de fratura e infecção, sugerindo que o homem foi atingido por um projétil de pedra que ficou alojado no pescoço. O ferimento infeccionou, levando à morte dias ou semanas após o ataque.

“A evidência do trauma, juntamente com o artefato que o causou, é uma descoberta excepcional para a região e para este período de tempo”, afirmou Stimpson.

Implicações para a arqueologia

Os pesquisadores destacam que o bom estado de saúde do homem, aliado às evidências de violência, fornece um raro vislumbre sobre a primeira manifestação de homicídio humano no Sudeste Asiático. Com o avanço de novas tecnologias, os cientistas esperam identificar outros assassinatos antigos em sítios arqueológicos pelo mundo, ampliando o entendimento sobre a violência na pré-história.